29/01/2010

Cigana ou Pomba-Gira?

A admirável pintora mediúnica Maria do Carmo da Hora está longe de pintar somente ciganos, a mesma se dedica a retratar outras entidades, tais como exus masculinos e femininos.

Em uma feliz passagem pelas “encruzilhadas espirituais”, a artista reproduziu um encontro da Pomba-Gira Sete Saias saudando com sua dança e seu pandeiro uma Caravana Cigana que em sua trilha caminhava. Pois, no Reino Astral das estradas estéreas, da magia e dos encantamentos, a alegria, a comunhão e a fraternidade sempre serão compartilhadas e respeitadas.
Acredito ser bastante salutar por parte de Maria do Carmo alimentar a inclusão e a união para aqueles que se dignam a dividir e categorizar com marcas de valores pessoais um universo que não está sob seus domínios. Afinal, o teto estrelado do qual se valem os ciganos é do Criador, e suficientemente grandioso para abrigar todas as suas Criaturas.

Tenho visto muitos comentários a respeito dessa necessidade de separação e distinção: cigana é cigana e pomba-gira é exu. É sim, mas não há motivos para discriminar uma entidade ou outra, já que nós aqui da Terra desejamos delas quase sempre as mesmas coisas. Almejamos o amor, a benignidade, a evolução espiritual entre tantos anseios em comum.

Salve a diferença quando para reconhecer e felicitar os que fazem moradia “do lado de lá”, isso para sabermos como bem gostam de ser tratados e acarinhados. Tenho certeza que poucos distinguiriam essa estonteante mulher com adereços ciganos de uma pomba-gira se não fosse aqui destrinchado o assunto, não é mesmo?
  • Valéria Fernandes

24/01/2010

Rosa cigana
A noite clara, vinho, fita e seda
A labareda alta, ouro e flor
O violino, palmas, lua cheia
A saia, renda, lenço, incenso, ardor
Roda morena em torno da fogueira
A vida inteira gira em prata e cor
Rosa cigana, vira volta e meia
Mas à espreita, observa o amor
E o rapaz, de olhos fogo e desejo
Tomou cigana rosa pela mão
De dança em dança pôs seu corpo em brasa
Queimou pra sempre o seu coração


- Alvorada
Já é hora de ir embora, outro chão
Sou da estrada
Conta à lenda, reza a tradição
Sem morada
Essa vida é despedida, viração
Caminhada
Rumo ao nada, rumo à imensidão
Chora essa terra a sorte da cigana
Que deixa o sonho, deixa o seu amor
Desmancha a tenda, segue a caravana
Pro mundo afora sangra a rosa flor
- Ó Santa Sara que venceste os mares
Ó Santa Sara que venceste a dor
Me guia, Sara, não me desampares
Me ensina como que se vence o amor


  • Poema de Rafael Altério e Cristina Saraiva

17/01/2010

Os Meninos Ciganos de Cezarina
Em suas ricas pinturas ciganas a artista plástica Cezaraina Macedo Caruso enaltece de forma visível a jovialidade, o universo pueril que habita eternamente na alma cigana. Por vezes, ao contemplar suas telas, tenho a sensação que essa ingenuidade que enxergo a olhos vistos esconde grandes segredos da magia dos ancestrais. Através das mãos de fada da pintora há um verdadeiro escamotear de iluminados feitiços, isso para quem tem coragem e atrevimento suficientes para olhar nos olhos ciganos e deixa-se conduzir sem medo por tal magnetismo. Aos meus sentidos não restam dúvidas de que os "Meninos Ciganos de Cezarina" encantam sorrateiramente nosso Eu!

Pode parecer que esses jovens tão enigmáticos ainda precisem desabrochar, crescer e mostrarem a que vieram. Ledo engano, disse minha alma um pouco depois de vê-los pela primeira vez. Eles têm mais anos de estrada do que muitos que parecem sábios e vividos. Arrisco a dizer que são encantados, nasceram nessa tenra idade que foram retratados, mas a cada novo luar têm a disposição de passarem os mistérios do mundo invisível para aqueles que bem sabem receber tais encantarias. São moços, parecem frágeis, com o porém de serem enaltecidos com atitudes e posturas de maturidade.
Será que os Meninos Ciganos de Cezarina querem nos fazer mergulhar na mágica noção de tempo e espaço que julgamos conhecer?

  • Valéria Fernandes
Blog da Cezarina: www.cezarina.blogspot.com

04/01/2010

Páginas do Vida Cigana

Em breve as páginas do Vida Cigana estarão novamente abertas, grafadas, ilustradas e coloridas, prontas para serem folheadas, sejam para uma leitura do passado, do presente e, quem sabe, do futuro que nos aguarda nos planos físicos e espirituais.

Mais importante do que universo longínquo que a vida ou a pós-morte nos reserva, é nos deleitarmos com cada história que escreveremos na Terra em plena comunhão com o Todo, com o Astral.

Para um bom delinear dos rumos é favorável fazermos uso do zelo, da entrega e dos laços que unem os corações embalados pela fé. Acredito que as mensagens que tocam nossa alma devam vir de mansinho, acarinhado e fazendo crescer nosso Eu.

Até muito breve!
  • Valéria Fernandes