Amantes da música, da dança e das "viagens", os ciganos levaram a sua cultura até aos confins do mundo.
Os ciganos são conhecidos em França como tsiganes, na Grã-Bretanha como gipsy e na Espanha como gitanos, porque, no passado, se pensou que eles eram originários do Egipto. Mas, para se distinguirem entre si, eles usam os nomes das suas etnias: Rom, Manus, Kalé, Sinti. Rom e Manus significam «homem livre» e são palavras de origem indiana.
O termo gadjó é empregue pelos ciganos para designar os estranhos, aqueles que não pertencem ao seu mundo. Na acepção primitiva, a palavra gadjó significava as pessoas sedentárias, ou seja, o contrário de nómada, um estilo de vida característico dos ciganos.
O documento mais antigo de que dispomos sobre os ciganos remonta ao ano de 1200. Na Europa, eles foram olhados com suspeita desde a sua chegada. O seu estranho modo de vida metia medo às pessoas e criava preconceitos. Na origem desta discriminação encontram-se igualmente razões de ordem económica. Aqueles nómadas, peritos em trabalhos artesanais e especializados no trabalho do ferro e do cobre, constituíam uma ameaça ao frágil comércio dos artesãos medievais. Reis e papas expulsaram os ciganos de muitos territórios do Ocidente. Chegou-se mesmo a vendê-los e a explorá-los como escravos, empregando-os, acorrentados, como remadores nos navios dos cruzados. Outros foram torturados, queimados e até se chegou a arrancar-lhes os olhos. Esta perseguição prolongou-se ao longo dos séculos, culminando no extermínio levado a cabo pelos nazis, que nos fornos crematórios se desfizeram de mais de 500 mil inocentes, perante a total indiferença do mundo.
As origens
Em contacto com diversas culturas e na tentativa de encontrar uma estabilidade, os ciganos viram a sua raça dividida em diversas etnias, línguas e religiões.
Por: JÚLIA MENDES