Conselho
da Cigana
Os dias correm sem a
possibilidade de pará-los, o tempo passa rápido demais para que se enxergue apenas
no próprio espelho contemplativo ou para que se dê atenção somente aos circunscritos
grupos como os da família e o dos amigos. O Rei do Universo criou uma irmandade
grandiosa, nela todos nascem simples, sem polidez, todavia prontos para galgar
degrau por degrau até que chegue a perfeição dada ao homem alcançar em vidas
sucessivas. As pelejas da Terra são para todos igualmente: pobre, rico, índio,
branco, cigano, de um ou outro credo, Ele em nada diferenciou as dores e as provas
de suas criaturas, ao contrário, deu-lhes as mesmas lágrimas e aflições, oportunizando
se ampararem mutualmente para um objetivo que não pode ser reduzido a um restrito
círculo de camaradagem comum. Apressem-se, é hora de alargar os laços, de
esquecer as diferenças, de estender as mãos para quem quer que seja, é hora de se
entreajudarem, de sustentar os mais fracos, pois é da benesse para com os frágeis
que depende a evolução de quem já subiu alguns degraus e almeja chegar ao
próximo patamar. Ninguém cresce sozinho, o Pai Celeste olha para todos, mas seus
filhos devem se entreolharem como bons irmãos que são.
Valéria
Fernandes