“Nossa cabeça está repleta de ideias
ilusórias e regras convencionais que têm nos aprisionado em obrigações que nos
limitam e paralisam. Já a alma não. Ela tem a sensibilidade espiritual natural
que preserva nosso equilíbrio e bem-estar. Se seguirmos nossa alma,
encontraremos o melhor caminho. É ela que sente e reage. Se prestarmos atenção
a ela, perceberemos que há coisas que abrem nosso coração e nos deixam de bem
com a vida e há outras que provocam aperto dentro do peito e nos incomodam. É
assim que nossa alma fala conosco. Mas o que dificulta é que nos habituamos a
valorizar o racional em detrimento dos sentimentos. A ideia de que somos maus,
de que precisamos domar nossa fera interior e manter controle para não fazermos
muitas besteiras, generalizou-se. Tememos que, se seguirmos os impulsos do
coração e liberarmos nossos sentimentos, acabaremos fazendo coisas ruins. Para
conquistar a admiração dos outros e sermos aceitos, entramos nas regras,
sepultamos nossos sentimentos, enterramos nossos talentos e nos tornamos meros
atores representando papéis de conveniência. Isso cria infelicidade, aquele
vazio no peito, a depressão, o tédio. É isso que nos impede de ouvir os
verdadeiros sentimentos, de abrir nossa intuição e valorizar nosso espírito.”
Zíbia Gasparetto