Vida Cigana
tenda cigana
Povos das Estrelas, Filhos dos Ventos, os ciganos adoram o Pai Sol e a Mãe Lua, comungam intimamente com a natureza. Com roupas estampadas, coloridas, acetinadas eles andam pra lá e prá. Exibem nas praças seus trajes extravagantes com orgulho e graça - são nômades - vivem em busca de pouso, ainda que por um instante. Armam suas tendas, encostam seus cavalos, carroças, vagões... Sob o céu estrelado acendem fogueiras, extravasam na dança. No baile não falta alegria, palmas, sorrisos e toques de magia. Os homens tocam violinos, violas, acordeons e flautas, as belas moças ciganas sacodem os pandeiros enfeitados com fitas multicores, tocam castanholas, agitam seus leques e rodopiam suas saias rodadas. Nos cabelos ostentam rosas, flores, tiaras ou testeiras. Adoram lenços, xales, moedas, medalhas, guizos, brincos vistosos, variadas pulseiras, colares e anéis em montes.
espaço
Os homens ciganos também se cobrem em ouro, pedras e falsos tesouros. Não importa se o anel é de ametista, esmeralda ou rubi, vale mais explodir em brilho e cores. Brincos são comuns, habitualmente exibem pequenas argolas. No peito carregam correntes e medalhões, nos braços pulseiras vistosas. Eles usam camisas abertas, coletes, faixa na cintura e lenços presos aos cabelos.
Os ciganos têm fama de vagabundos, trapaceiros, ladrões. Quem ainda enxerga por este prima se esquece da trajetória dolorosa dos andarilhos Filhos dos Ventos, os mesmos que bebem vinho com majestosa alegria em taças de cobre ou alumínio.
* Este é um trecho do que escrevi para um amigo muito amado que queria saber um pouco do universo cigano em que transito.
Valéria Fernandes
Pintura de Maria do Carmo da Hora