Flamenco – Uma breve homenagem
Durante o período de inquisição, os ciganos, juntamente com povos de outras etnias, foram forçados a sair de seus países de origem para tentar resguardar suas próprias vidas, e como não poderia ser diferente, dispersaram-se para várias localidades européias, sendo Andaluzia na Espanha um lugar que encontraram para aportar. Ainda que tivessem que armar acampamento em recônditos ermos e amontoados, em clandestinidade, o povo cigano passou a conviver com costumes e tradições diferenciadas das suas - fato que resultou uma nova identidade cultural: o Flamenco.
Símbolo da cultura espanhola, o Flamenco une o canto, a dança e o toque de instrumentos. Em princípio, o canto que oras traduzia dor e tragédia, oras ressaltava alegria e superação dos andarilhos, podia ser acompanhado somente pela batida rítmica das palmas. Com o passar do tempo a Arte Flamenca agregou a dança e o sapateado (baile), também o toque de guitarra (violão, alaúde, banjo), depois, outros instrumentos vieram juntar-se a Cultura Flamenca: castanholas e adufes (pandeiros quadrangulares) são os mais populares. Na Dança Flamenca, além da relevância que se dá à postura, aos movimentos de braços, de pernas e ao olhar, os mantóns (xales grandes com franjas) e os leques são de suma importância para as dançarinas transmitirem o íntimo de suas almas no momento do bailado.
Os trajes típicos femininos para execução do Flamenco evoluem constantemente, no geral são vestidos de cintura baixa, porém democráticos: podem ser longos, lisos, com estampas florais ou de bolas, na maioria com mantoncillo e com muitos babados nas mangas e na parte inferior da saia. Os adornos mais usados na composição do visual Flamenco são brincos de argolas ou pendurados, pulseiras, flores e penetes nos cabelos presos em coque, e claro, sapatos para produzirem sons. Magníficas combinações! Valéria Fernandes
Pinturas de Isabel Coia