29/09/2010

Los Gitanos


Busquei uma forma de homenagear os ciganos de origem espanhola por estarem muito próximos a mim como mencionei, porém descobri que seria uma difícil tarefa, visto as energias individuais destas entidades revelarem aspectos bem diversificados. Então, para fazer jus a estes queridos, mesmo que em parte, exponho hoje no Vida Cigana 13 telas com a temática, todas pintadas pela artista plástica espanhola Judéia Heredia.

As pinturas de Judéia parecem retratos de almas com um quê de melancolia, de dúvidas e de questionamentos, as quais revelam igualmente expressões fortes e marcantes. As telas mostram mulheres gitanas que pensam, que parecem capazes de refletir horas sobre a própria trajetória, sem perder a ternura e sensualidade. Algumas das ciganas sugerem delicadeza, outras determinação, e como traços comuns, têm a vaidade vista em seus adornos e vestimentas vibrantes.
Gitanos
Os homens gitanos revezam-se entre olhares fugidios, firmes, carismáticos, angustiados ou despretensiosos. Indicam, sobretudo, pessoas comuns, em pleno caminhar de suas jornadas. Sendo apenas personagens da imaginação da pintora, esta não poupou esforços com a verossimilhança no que pinta e no que pode realmente existir. Cabeleiras grandes, por vezes em desalinho, roupas inesperadas ou em tons acentuados dão impulso, caráter e comunicam a vitalidade das obras. Cordões, pulseiras, múltiplos anéis e as tatuagens esboçam uma suposta história de vida de cada cigano.
Ciganos e Ciganas











Desconheço as pretensões de Judéia Heredia ao retratar a etnia cigana, mas é notória sua preocupação com a estética autêntica, limpa do subterfúgio que precisa embelezar a mais do que é visto ou sentindo.
  • Valéria Fernandes

26/09/2010

Cigana Dália de Andaluzia

Havia mencionado em postagem anterior que alguns ciganos de origem espanhola andam me sondando, e como não tenho intenção de questioná-los dos porquês, decidi me abrir para mais esta experiência, absorvendo assim a energia que me circunda nos últimos tempos.

Não tardou para se aproximar uma cigana de postura ereta, gestos determinados e expressão inigualável. Seu nome é Dália, nascida em Andaluzia e radicada em Paris/França. Optou por não seguir a vida nômade junto com os seus, posto ter almejado estudar artes plásticas e abraçar a vocação que cedo descobriu, e, segundo ela, entre sua gente, jamais teria condição de se dedicar à sua difícil escolha de vida.

A Cigana Dália acredita que até hoje seu povo não a entendeu, mas deixa claro que nunca escondeu ou negou suas raízes, longe disso, orgulhava-se dos costumes ciganos e nutria sua alma com o aprendizado que teve entre sua gente. Após muitos anos de situações difíceis e embaraçosas, até mesmo sentindo a dor da solidão, Dália conquistou seu lugar ao sol; tornou-se uma pintora como queria, casou e constituiu família.

Fina e educada, Dália demonstra claramente seu gosto pelo requinte, aprecia vestimentas de luxo, frutas secas e um bom vinho. Tintas e pinceis não fazem mais parte de seus apegos atuais, evidencia preferência por perfume francês, velas aromáticas em castiçais dourados, lenços de renda e xales bordados com pedrarias. Também fica feliz ao receber em oferenda licor de menta, panetone, rosas vermelhas e maquiagem. Trabalha para auxiliar quem por ela chama na prosperidade, isto devido ter tido uma vida abastada depois de tantos sacrifícios.

A vibração desta Cigana é forte e ao mesmo tempo chega a ser sutil. Por mais envolvente que seja, não demonstra a sensualidade comum inerente nas mulheres ciganas, e sim uma grande disposição em mostra-se interiormente, dando o recado de alguém que soube lutar para conquistar seu espaço. No instante que se mostra assim, Dália parece esquecer sua predileção pelo refinamento.

Esta retratação da Cigana Dália feita por Maria do Carmo da Hora já está comigo há algum tempo, mas não conseguia absorver nada destes enigmáticos olhos azuis. Hoje sei que tive que esperar o momento oportuno para saber um pouco que seja desta bela Cigana que teve uma vida tão peculiar.
  • Valéria Fernandes

25/09/2010

Opchá!!!

Ontem, 24 de setembro de 2010, o blog Vida Cigana bateu record de visitações, atingindo uma marca bastante expressiva; fato este que me deixou feliz e honrada, pois é do conhecimento comum a grande quantidade de blogs e sites com a mesma temática. Costumo falar que há um blog cigano a cada “esquina da net”, portanto, devo acreditar que estou trilhando o caminho certo, coerente com o que exponho e com a espiritualidade que me assiste.
E como a marca ultrapassada não é um feito meu, devo agradecer a cada uma dos leitores que costuma prestigiar o Vida Cigana, me comprometendo a fazer sempre o melhor, seja no que diz respeito à espiritualidade, a informação, à beleza, aos encantos e magias deste Povo Sem Fronteiras que muito amo e respeito.

Nais tuke, atchen Devlessa!!! (Obrigada, fiquem com Deus!!!)

Opchá!!!

Valéria Fernandes

24/09/2010


"Eu preferiria ter uma mente aberta pelo mistério que fechada pela crença." Gerry Spence

Pintura Cigana de J. Moura

20/09/2010

Cigano Manolo

Ultimamente os ciganos de origem espanhola andam me rondando e não tenho ideia do motivo, mas desejo abrir um parêntese para falar de um cigano de origem italiana que muito me comove. Trata-se do Cigano Manolo, um velho barô de sensibilidade singular para entender a alma humana.
Ciganos
A primeira vez que Manolo me visitou foi no dia 31 de dezembro de 2009, ocasião que parei a consulta de tarô que estava em andamento para dar um passe na minha consulente que demonstrava grande aflição com seus problemas em família. A desordem e discórdia estavam instaladas na casa dos pais da moça de 30 anos que se consultava, e pelo tarô identifiquei um amontoado de magias refletindo ativamente na desunião do casal. Na hora do passe o Cigano Manolo chegou e interveio para esclarecer algumas dúvidas que eu me recusava em acreditar por intermédio das cartas. Ele afirmou que a responsável pelas mazelas dos pais da jovem era sua avó paterna que desejava a todo custo separar o filho da nora, disse ainda que a casa de seus pais se encontrava cheia de feitiçarias. Com carinho e cuidado Manolo me instruiu como desfazer as magias, visto a complexidade da situação não poder ser resolvida com passes. A consulente confirmou o desafeto de sua avó paterna por sua mãe, admitindo de imediato o “diagnóstico” de Manolo e aceitou as dicas do sábio Cigano.

Após dar as instruções, o Cigano Manolo falou de mim e ao meu coração. Era um desvelo tão grande para comigo que me emocionou. A energia deste Cigano emanava paz, bondade, simplicidade e grande sabedoria. Como não poderia deixar de ser, fez algumas previsões e se fez conhecer um pouco mais. Disse ser protetor de seu clã quando em passagem neste plano, mostrando ter a missão de auxiliar os lares dos que agora estão na Terra. Falou sobre justiça, sobre amor fraternal e sobre os longos anos que viveu feliz entre seu povo e suas caravanas. Depois abençoou o meu trabalho, minha tenda, minha vida e minha consulente, partindo de forma serena como chegou.

Desde então passei a orar para o espírito do Cigano Manolo com o mesmo zelo que tenho pelos meus guias. Não costumo chamá-lo assiduamente para trabalhar, mas quando o faço, ele vem com sua mansidão e sensatez. Jamais demonstrou apego às coisas terrenas. Para agradá-lo em oferenda basta uma vela amarela.

Observação: não citei este cigano antes aqui no blog por falta de ilustração para acompanhar o texto, pois ciganos idosos e do sexo masculino, raramente são retratados. Encontrei esta imagem e logo tratei de digitar os traços de minhas lembranças como forma de homenagear meu querido Cigano Manolo, o derradeiro presente do ano de 2009.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Rita Andrade

17/09/2010

Elementos da mesa para o jogo de cartas ciganas

Não é de agora que me perguntam qual a maneira mais adequada de preparar uma mesa para jogar cartas ciganas, e como acredito que não existe uma fórmula correta, posto ser algo pessoal, vou me ater apenas a dar sugestões.

- O primeiro fator que deve ser considerado é a cor da toalha da mesa, esta pode ter qualquer nuance ou estampa, desde que não atrapalhe a visualização das lâminas quando em posição de leitura. Cores lisas e tons mais fechados ressaltam muito bem as cartas: vermelho bordô, vinho, roxo, azul marinho. As cores claras suavizam o ambiente, porém tiram um pouco da vivacidade do lugar. As estampadas têm muita informação e podem se confundir com as ilustrações das cartas, mas para este caso o recurso de sobrepor uma outra toalha lisa e menor na parte central da mesa dá um aspecto limpo e elegante, sem tirar o colorido. Toques dourados ou prateados nas bodas de tolhas lisas também dão certo requinte.
- Para quem gosta de usar velas durante o jogo, o ideal é acender somente uma para não esquentar o recinto e nem incomodar o consulente com calor e fumaça. A cor da vela pode ser a da preferência da cigana(o) que protege e intui o cartomante (quando este tem um guia), como pode ser qualquer outra que a intuição mandar. Velas e castiçais pequenos são mais aconselháveis para uma mesa de jogo, acabam rápido e tomam pouco espaço.

- No que diz respeito a incensos, estes devem seguir a mesma linha de raciocínio do uso de velas: conforme o gosto da cigana(o) ou pessoal. Contudo, a fumaça muito próxima ao consulente é incômoda, podendo ocasionar alergias. Bem mais elegante seria acendê-los em outro local que não seja em cima da mesa do jogo.

- Pedras, cristais e moedas são bem-vindas, assim como pequenos amuletos, desde que não limite demais o campo de atuação. Se houver uma bola de cristal, seria de bom tom esta não chamar mais atenção do que as próprias cartas, pois não é a estrela da vez.

- É comum o uso de punhal em uma mesa de jogo cigano, no entanto, quando se faz atendimento a pessoas desconhecidas, deixar uma arma por perto é correr um risco desnecessário. Nestes casos o recurso tradicional de colocar o punhal sob a toalha como proteção de fluidos negativos revela sabedoria e prudência.

- Muitas pessoas usam uma taça ou um copo com água para purificar o local e reter pretensas energias negativas, todavia, estes podem ser colocados em outro móvel do mesmo espaço para não amontoar a mesa do cartomante. Outro fator a ser considerado é o risco de derramar água sobre as cartas, podendo estragar o baralho se não for impermeável.

- Imagens e bonecos ciganos dão graça, cor e estilo enquanto paramento, mas fica bem melhor quando usados em miniaturas.


Muitas alternativas existem para serem usadas na mesa de um jogo cigano, porém, o principal é ter o toque do cartomante conforme suas crenças ou seu gosto por decoração.
  • Valéria Fernandes


    Pintura Cigana de Rosana

13/09/2010

Senhora Cigana

Há quase um ano, estava visitando um Centro de Umbanda cujo proprietário tinha certo apreço por mim, e por conta desta estima, o mesmo incorporou uma cigana na certeza de me agradar, e agradou. Mas para minha surpresa a Cigana veio me pedir desculpa por não ser jovem; fiquei chocada com o que ouvi! Por que eu não gostaria dela? Amo e respeitos todos os ciganos, independente de suas idades, preferências ou modo de trabalhar. E ainda clamo pela sabedoria daqueles que viveram mais dentro de minha tenda.

Conversei com a Cigana e desfiz tão mal entendido, expondo minha real visão sobre o assunto e tudo correu na santa paz. Ao chegar em casa o fato ficou martelando em minha cabeça e só após algumas horas a resposta veio em minha mente como insight: o médium interferiu com seu modo pequeno e preconceituoso de lidar com a não-juventude.

Sei que é comum um médium intervir na fala das entidades e até certo ponto entendo os motivos, porém, aceitar que alguém utilize deliberadamente seus pensamentos mesquinhos para falar por uma entidade cigana ou não chega a ser abusivo. Portanto, ao lidarmos com a incorporação alheia é bom estarmos com ouvidos atentos e coração limpo, pois desta forma teremos melhor capacidade para discernir o que é carne e o que espírito.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Roberto Zamora

12/09/2010

A Música Cigana Brasileira

No Brasil, apesar da presença dos ciganos desde o século XVI, eles têm pouca influência em nossa música popular. Aqui, o estilo de música cigana mais tocada é a Kalderash, própria para dançar com acompanhamento de ritmo das mãos e dos pés e sons emitidos sem significação para efeito de acompanhamento. Esse tipo de música é repetida várias vezes enquanto as ciganas dançam. Alguns outros clãs de ciganos no aqui no Brasil conservam a música tradicional dos ciganos húngaros, um reflexo do estilo de música do leste europeu com a influência do violino, que é um dos símbolos mais tradicionais nas músicas ciganas.
Ritmos ciganos no Brasil:

- O ritmo Baladi que vem do Egito envolve movimentos com objetos ciganos. Alguns movimentos envolvem lenços, punhais, espadas, adagas, potes de água e até mesmo garrafas de bebidas nas mãos.
- A Zapaderin, dança secreta das ciganas, que invoca o amor do cigano.
- Manouche e Sinti é o ritmo que traz do íntimo da mulher a sensualidade, a alegria e a beleza de sua força interior.

Texto extraído da Embaixada Cigana do Brasil Phralipen Romani

Pintura Cigana de Nicolay Bessonov

09/09/2010

Espiritualidade Cigana

Dia desses, ao ler uma canalização feita por mim aqui no blog e depois toda a justificativa que dei sobre a mesma, uma grande amiga que já conhece meu modo de lidar com a espiritualidade cigana, fez-me uma pergunta bastante oportuna, pelos menos ao coração. Indagou sobre os meus sentimentos, ou seja, ela queria saber que sensações tenho ao canalizar a energia de um cigano (a) do mundo espiritual.

Em primeiro momento pensei que o tema não despertasse interesse aos demais, até ser questionada novamente dias depois por uma leitora do Vida Cigana a qual se fez conhecer via e-mail. Então decidi me expressar aqui sobre o assunto, atenta a esclarecer detalhes não ditos a ambas por falta de oportunidade quando me abordaram.

Sinto uma profunda alegria quando estou em contato com um espírito cigano e uma redoma de energia é formada ao meu redor, protegendo-me do que está em volta. Meus sentidos se ocupam somente por irradiações que me deixam em êxtase; é pura adrenalina de início, depois tudo se acalma e uma onda de tranquilidade e paz invadem o meu ser. Porém, de súbito sou levada a fazer pequenos rituais como acender velas, incensos, borrifar perfume no ambiente, tocar em lenços, tiaras, cartas ou até mesmo nos dados de “Meu Cigano” ou em um de seus muitos anéis. Passado este momento, me digno apenas a receber a mensagem sem lembrar que existe outro tipo de vida senão à cigana; dou atenção àquela vida espiritual que está ao meu lado. Experimento sensações diferentes: ânimo, contentamento, encanto, frio, calor, arrepios, secura na boca, leves tonturas, falta de norte e outras bem particulares, de acordo com a entidade ao meu lado. Entretanto, o que sinto de mais forte é gratidão. Tenho vontade de agradecer muito a todos os Ciganos de Luz e o faço muitas e muitas vezes em pouco espaço de tempo. É uma gratidão tão imensa que não há como mensurar com palavras ou falas. Agradeço o carinho e cuidados de cada um, citando primeiramente os guardiões da minha tenda, o Cigano Ramirez e a Cigana Esmeralda, após rogo a Deus e a Santa Sara Kali pela evolução deles e dos outros ciganos que em minha tsara aportam. Também sinto a necessidade de agradecer de forma intensa em particular “o visitante” por confiar a mim e aos meus guias sua história.

A energia pela qual sou envolvida no começo da canalização é muito forte nas primeiras duas horas, depois, aos poucos, vai se dissipando, mas só deixa de existir após eu terminar de redigir “o texto” e entregar verbalmente em meu altar mais uma missão cumprida. Em uma frase diria que “sinto-me grata e honrada por ser reflexo de luz da Espiritualidade Cigana”.

  • Valéria Fernandes
Desconheço autoria da pintura

06/09/2010

Cigano Pietro

Este é um dos mais recentes trabalhos da pintora Maria do Carmo da Hora, trata-se de Pietro, um lindo cigano que parece carregar consigo os segredos do céu e do mar dentro dos olhos.

A postura do Cigano Pietro descontraída, recostado em uma árvore e à beira de uma estrada, não esconde a altivez e o vigor que a pintora conseguiu captar. A retração deixa clara sua preferência por adornos, e, principalmente por anéis com pedras, já que Pietro usa dois destes acessórios. O gosto pelo vinho também está salientado, bem como sua habilidade com o punhal, embora não esteja fazendo uso do mesmo.

Em pausa ou não para pernoitar, posto os cavalos estarem sem rédeas, é certo que lá atrás, próximo ao vagão, há uma cigana vestida com uma saia de sete cores. Será a Cigana Sete Saias a companheira do encantador Cigano Pietro nesta jornada? Somente os verdejantes campos e a lua que apontou no céu testemunharam como cúmplices este mágico momento!
  • Valéria Fernandes

04/09/2010

Cigana Dalila

*Em passagem por este plano, a Cigana Dalila gozou de vida breve, partiu por volta de seus 19 ou 20 anos. Desde criança a meiga Cigana havia sido prometida para um cigano conforme os costumes de seu povo, entretanto, pouco antes de seu casamento, foi picada por uma cobra próximo ao seu acampamento e agonizou por longas horas. Ao ser encontrada desfalecida, todo seu clã se reuniu para tentar salvá-la, mas não houve kakus (feiticeiros), benzeduras ou rezas que conseguissem mudar tão triste sina, era sua hora.
Quem trabalha com esta Cigana sabe o valor da luz, alegria e espontaneidade que a mesma transmite. É leve, gosta de dançar e saltitar quando incorporada, apresenta-se com ares juvenil. Tem preferência por cores suaves, mas não dispensa o colorido. É faceira, porém deixa os médiuns à vontade quanto aos acessórios e vestimentas. Não costuma pedir bebida, contudo, se a oferecem vinho, ela toma com prazer. Ao ser solicitada para fazer magias a Cigana Dalila chama pelo espírito de seu amor para que trabalhem juntos. Diz gostar de ler cartas, mãos e de tocar banjo para harmonizar os ambientes em que ela aporta. Em consulta, ensina banhos de limpeza espiritual e dá dicas de simpatias para o amor, apregoando a fé em Santa Sara Kali. Quando ouvida a respeito de sua encarnação passada, Dalila conta que seu prometido fazia-lhe serenatas ao som de violinos à beira de uma fogueira, e em retribuição ela mostrava a banjoísta que era, dedilhando suavemente pelas cordas de seu instrumento que somente ela tocava em todo seu grupo.

As cores de velas da Cigana Dalila podem ser rosa ou amarela. Satisfaz-se quando recebe baralhos em oferendas ou alguma peça de valor afetivo da pessoa que está pedindo seu auxílio. Da mesma forma fica contente quando ganha fitas coloridas e pandeiro em forma de lua.
  • Valéria Fernandes

Pintura Cigana de Egron Lundgren

01/09/2010

Filho do Vento
Caminho pelo tempo, sou filho do vento,
A Estrada é minha morada,
Pelas estrelas eu me guio,
A relva é minha cama,
E sob a luz da lua eu descanso ao relento.


Nesta minha jornada, muitos amigos venho fazendo,
Pois falo de vida, de amor e de sentimento,
Para aqueles que de mim não gostem,
Peço a Pai Maior que lhes de um alento,
Pois nesta vida nada lhes trará de bom,
A quem nutre tal sentimento.
Sou Cigano sim,
E com muito orgulho ostento,
A bandeira de meu povo,
Que por mais sofridos, por preconceitos somos,
Trazemos aos que se aproximam,
A alegria, o amor, o carisma e o orgulho
Em sermos Filhos do Vento.
E aonde tiver um cigano a caminhar,
Com certeza a alegria e o amor, juntos vão estar.
Ciganos
Poema de Walter Cigano

Desconheço autoria da imagem