Cidadãos Ciganos
Neste blog costumo falar de espiritualidade, partilho minhas vivências, paixões e encantos pela cultura cigana e amo fazê-lo. Mas muitas vezes me pego a pensar no povo cigano apenas com o devido respeito que merecem enquanto cidadãos. Desta forma, não há mensagens vindas de espíritos ou belos altares que possam intervir numa relação de igual para igual, pois somos todos seres humanos que, indistintamente, buscamos o pão de cada dia, um lugar ao sol, a boa sobrevivência.
Cansa-me ver os cidadãos ciganos sendo chamados de charlatões, de arruaceiros, de vagabundos que se escondem do trabalho e preferem viver da boemia, principalmente os que até hoje são nômades. Faço lembrar que estes andarilhos, quer onde aportem, trabalham, são comerciantes, criam artefatos e vendem o resultado do próprio suor para seu sustento. Têm defeitos? Claro, são pessoas comuns tais quais os não-ciganos. Também têm qualidades, posto serem indivíduos normais com todo o encargo que lhes precedido. Se for para avaliá-los, que seja por seu talento ou ausência do mesmo no que se propõem a fazer, como acontece no universo não-cigano.Um dos mais marcantes trabalhos das mulheres ciganas é ler a sorte, seja nas ruas, em feiras ou em suas casas quando estabelecidas em uma cidade, posto fazer parte de sua cultura. Entretanto, homens e mulheres de etnia cigana que tiveram oportunidade de estudar, desempenham atualmente diversos papeis na sociedade, são professores, escritores, advogados, enfermeiros, servidores públicos e outras tantas profissões que parecem destinadas a grupos sociais com privilégios. É justo apontar alguém por conta de sua etnia? Não, sabemos que não!
Sorte
Quero hoje, para ilustrar esta pequena reflexão, homenagear um casal cigano do qual gosto muitíssimo, o Casal Valenzuela. Rodrigo Valenzuela, o Ronn Alquimista, é pai de família, já foi office-boy, auxiliar administrativo, vendedor de tele-marketing, no entanto, jamais deixou de fabricar seus perfumes e vendê-los nas ruas, nas casas esotéricas e em eventos (ciganos ou não); é o seu prazer, está no seu sangue a árdua labuta. Jovanka Valenzuela além de cuidar da casa, do filho, de praticar a cartomancia, é auxiliar de enfermagem e, juntamente com seu cônjuge, dança em shows e eventos, e como muita eficácia faz da dança parte de seu ganha pão.
Portanto, melhor seria afastar os cidadãos ciganos tanto dos andores como das aversões e, desta forma, distanciá-los de prerrogativas ou de caricaturas pré-concebidas. Melhor seria conhecê-los enquanto indivíduos que são, com suas particularidades que apenas fazem parte do gênero humano.
Quero hoje, para ilustrar esta pequena reflexão, homenagear um casal cigano do qual gosto muitíssimo, o Casal Valenzuela. Rodrigo Valenzuela, o Ronn Alquimista, é pai de família, já foi office-boy, auxiliar administrativo, vendedor de tele-marketing, no entanto, jamais deixou de fabricar seus perfumes e vendê-los nas ruas, nas casas esotéricas e em eventos (ciganos ou não); é o seu prazer, está no seu sangue a árdua labuta. Jovanka Valenzuela além de cuidar da casa, do filho, de praticar a cartomancia, é auxiliar de enfermagem e, juntamente com seu cônjuge, dança em shows e eventos, e como muita eficácia faz da dança parte de seu ganha pão.
Portanto, melhor seria afastar os cidadãos ciganos tanto dos andores como das aversões e, desta forma, distanciá-los de prerrogativas ou de caricaturas pré-concebidas. Melhor seria conhecê-los enquanto indivíduos que são, com suas particularidades que apenas fazem parte do gênero humano.- Valéria Fernandes