Cigana Sarita da Estrada
Há dois ou três meses uma cearense de nome Cristyanne Holanda me telefonou para falar de espiritualidade cigana e blog’s, desde então mantemos ótima relação via internet e telefone, pois embora morando na mesma cidade ainda não nos encontramos.
Ontem, enquanto o Brasil se preparava para assistir mais um jogo da nossa seleção, recebi um pedido via net de minha conterrânea desejando fazer uma homenagem à “sua cigana” através do meu blog. O momento foi único! Imediatamente ao ler o recado liguei para Cris que logo contou sua intenção, e, enquanto ela relatava sua vontade de exaltar a Cigana Sarita da Estrada, comecei a sentir a energia da mesma. Intuída pela Cigana ainda ao telefone (antes de escrever sequer uma linha) já sabia que imagem iria usar, ela me mostrou. Finalizamos a ligação e Sarita permaneceu comigo. Confirmou a gravura que escolhi para representá-la e me acariciou por longo tempo com sua forte vibração. Fui para meu altar e acendi uma vela para a Cigana da Estrada que de mim não se afastou, em seguida pedi a Cristyanne que aprovasse a pintura que ilustraria este artigo. Minha amiga muito emocionada disse: “é essa mesmo! Ela tem até uma roupa igual”. Estava eu totalmente mediunizada que mal consegui gravar as “instruções” que recebi da Cris. Mais ou menos uma hora depois a médium Cristyanne Holanda me escreveu detalhando os costumes da entidade que tanto gosta de trabalhar com ela. Já eu, tentei da melhor maneira possível realizar esta difícil missão.
Conforme o relato de Cristyanne, a Cigana Sarita da Estrada tem aparência de uma mulher por volta de seus 45 anos, tendo a pele morena com traços afilados, bem definidos e bronzeado singular. Seus lábios são carnudos e quando chega a Terra gosta de usar batom vermelho acobreado. Possui cabelos negros, longos com ondulações que vão até a cintura - ela faz questão de deixá-los soltos ao vento. Tem olhos castanhos amendoados com os quais sente prazer em realçar sua beleza através de sombras escuras ou de cor azul. Sua cintura é fina e suas pernas são bem torneadas, no entanto tem preferência por usar saias longas e rodadas, que dão certo ar de recato conforme suas características íntimas.
Esta Cigana prioriza as cores vermelha, laranja e azul quando para se vestir. Usa braceletes e pulseiras de ouro, colares e anéis com pedras, porém o anel que usa na mão direita é destaque: de ouro com pedra rubi. Na cabeça costuma usar tiaras douradas ou uma vistosa rosa vermelha. Diz ter sido uma rainha que gozava de pompas e ricos bens materiais. Possuía jóias e vestimentas luxuosas e ainda desfruta desse brilho e glamour. Contudo, mesmo sabendo que Cristyanne não pode dar-lhe o aparato de que um dia usufruiu, disse que trabalharia com ela até mesmo debaixo de uma árvore, já que escolheu sua protegida pelo teor de sua alma, não pelos fins materiais.
A Cigana Sarita da Estrada porta-se como a rainha da caravana de luz da tsara da médium. É meiga, doce, tem modos delicados e finos até no sentar; quando o faz parece tomar posse de seu trono. Não dispensa uma taça de champanhe no qual seus gestos elegantes e graciosos são ressaltados. Fala baixo e pausadamente, usa português correto e limpo de gírias. Conta que não fala em sua língua pátria porque assim não se faria entender para auxiliar a quem dela precisa. Por vezes sente dificuldade com algumas expressões, então recorre a quem estiver por perto para esclarecimento. Sente-se feliz ao ouvir música cigana e costuma dançar suavemente com seu leque e seu pandeiro enfeitado por fitas coloridas.
Sarita da Estrada é uma cigana sábia, vivida, ética e de comportamento exemplar. Aos consulentes só diz o que acredita ser verdade. Tem natureza justiceira e não permite que alguém sob os seus cuidados sofra por injúrias. Diz ser casada com um “chefe/rei” de uma grande caravana de ciganos de luz, caravana esta que, de acordo com Sarita, seu papel é o de ser rainha e mentora de todos que dela pertencem. No caso, trata-se dos ciganos que acompanham Cristyanne em sua tenda.
Um fato curioso: na casa de Cris há uma gata que se chama Luna, e a Cigana da Estrada diz que a felina é dela, põe-na no colo, conversa com ela e diz que obtém respostas.
CCE
As oferendas para a Cigana Sarita da Estrada são feitas pela distinção das fases lunares, e somente a cada trabalho (para amor, prosperidade, limpeza, etc.) pode-se designar o que deve ser ofertado. Já as suas velas são sempre cor-de-rosa, devido ser uma Cigana que desce com intuito de aperfeiçoar os sentimentos como um todo, não só o amor entre casais. Também recebe frutas verdes, vermelhas e amarelas, com caroço e sem caroço. Gosta igualmente de comidas salgadas da culinária tipicamente cigana. O tipo de magia indicará o que será usado. As ofertas de incensos seguem o mesmo padrão de raciocínio, a exemplo: para o amor ela usa os de rosas e florais (violeta, orquídea, lavanda, rosa branca entre outros). Para outros encantamentos, outros incensos.
Para finalizar esta homenagem, destaco que o nome Cigana Sarita da Estrada pode ser interpretado como Cigana Sarita dos Caminhos, posto ela dizer que abre os caminhos que o espírito humano costuma se aprisionar. Seu maior trabalho é lapidar os sentimentos brutos, acalentar os corações sofridos, transformar as perturbações em paz e transpor quaisquer barreiras internas que geram malefícios para quem carece de tranquilidade interior. Entretanto, quando o assunto gira em torno da ausência de prosperidade esta Cigana também se propõe a ajudar.
Não sei ao certo se cumpri de fato a missão que me foi destinada, mas desejo profundamente que Cristyanne possa prosseguir sua caminhada no bem, com muita luz e felicidade. À Cigana Sarita da Estrada agradeço a honra de sua visita e escolha, pois certamente que não viria em minha tenda se não houvesse um propósito maior.
Pintura Cigana de Agnes Dosanto