29/11/2009

Cigano Áramis

Na terça-feira passada recebi um e-mail que muito me honrou, mas que também me deixou deveras surpreendida. A mensagem veio de São Paulo e se dignava a parabenizar meu trabalho no Vida Cigana, porém o inesperado se deu por conta da assinatura: Rodrigo Valenzuela Fernandes, um cigano de sangue Calé e Calderash.

Ao fazer sua apresentação a mim, Rodrigo disse que este era seu nome de documentação, mas que na comunidade atendia igualmente por Ramires ou Áramis. Fizemos contato dias seguidos e logo nosso sobrenome incomum (Fernandes) tornou-se um de nossos assuntos. Áramis, como passei a chamá-lo, havia me perguntado se eu era cigana: “Tu san romi asau ?", ou seja, “você é cigana também?” Disse-lhe que só de alma, foi quando ele relatou que, por tudo que leu de mim e com o aval do “Fernandes”, não tinha dúvida de meu sangue ser cigano. Contou-me que “Fernandes é um dos sobrenomes mais comuns entre os Calons, taxeiros e de acampamentos...” Lançou-me uma indagação afirmativa: olhe os fatos... de onde vem tudo que você sente? É prima!”.

Com ou sem sangue cigano, amo essa cultura que tanto me engrandece, e nas minhas peregrinações na internet, três dias após o primeiro contato como Áramis, encontrei esta tela de Maria do Carmo da Hora no qual a mesma diz retratar a cigana Carmecita e o cigano Áramis. Fiquei pasma ao ver a imagem de um cigano com o mesmo nome e com vestimentas tão parecidas com a de meu novo amigo (já tive oportunidade de várias fotos dele e de seu povo). Coincidência? Não tenho resposta!

Rodrigo Valenzuela Fernandes (Áramis), é casado, tem filhos e se dispôs juntamente com Jovanka, sua esposa, a contar um pouco de sua vida e cultura aqui no blog, “visando sempre o esclarecimento de dúvidas, a divulgação da cultura e quebra de objeções e preconceitos...”.
Opachá!
  • Valéria Fernandes

Detalhe de uma tela de Maria do Carmo da Hora

27/11/2009

A Força dos Ciganos de Luz

Os Ciganos de Luz conhecem as dificuldades, os conflitos e as dores que inquietam o nosso espírito. Eles sabem da batalha que travamos todos os dias em busca de paz e de misericórdia divina. Avaliam nossas falhas sem nos julgar, sobretudo, compreendem que o desfalecimento de nossas energias tem uma causa, e quando a sobrecarga, o desânimo e o desalento querem nos vencer, Eles doam a energia necessária para que sigamos em frente, sem murmúrios ou lamentos. É no recolhimento interior e no expandir da aura que nos fortalecemos por meio Deles.
Nem sempre acalentamos os nossos sonhos, nem sempre nossas expectativas são correspondidas, no entanto, os Ciganos de Luz vêm em nosso auxílio como bálsamo sagrado, se não para sanar as profundas feridas enraizadas, Eles surgem para apaziguar e acalentar nossos corações, muitas vezes incompreendidos e mal tratados pelas pelejas do dia-a-dia. Certamente que Eles nos dão a força e o equilíbrio para dias melhores quando solicitados, porém, a fé, cabe a cada um de nós alimentá-la em nosso íntimo por todas as horas, valorizando os pequenos milagres da vida.

O encanto, a magia, a música, a dança e o ecoar de seus instrumentos estão dentro de nós, basta que saibamos entendê-los, acreditando que o mundo invisível é tão concreto como o que vemos a olhos nus.
Mensagem canalizada por mim através de “Meus Ciganos” no dia 26 de novembro de 2009.
  • Valéria Fernandes

    Pintura Cigana de Carri Travis

25/11/2009

Saudação à Cigana Sara

Salve à Cigana Sara com seu bailado e encanto,
Salve à Santa Padroeira que deu-lhe seu nome.
Sara Cigana é moça fogosa e cheia de luz,
Seus trejeitos faceiros arrebata a alma dos pobres mortais,
Seu olhar enfeitiça os novos cativos,
Numa captura astuta de fascínio e sedução.

Sara Cigana envolve os homens em suas armadilhas de dança,
Fitas e cores.
Contém as mulheres no esvoaçar de seus finos lenços de seda,
Adornos e odores.
Salve à Cigana Sara com seu bailado e encanto,
Salve à Santa Padroeira que deu-lhe seu nome.
Sara Cigana é vida, é beleza, é atração,
E não há ardis no Universo que ofusque sua aparição.

Escrevi este pequeno verso para saudar a encantadora Cigana Sara que, incorporada em uma outra pessoa, deu-me um longo e afetuoso abraço na quarta-feira que passou.

  • Valéria Fernandes

24/11/2009

Clã Cigano

Quando me deparo com a uma pintura cigana que me toca, costumo passar horas sentido o que há por trás das formas e das cores e, quase sempre, tenho belas surpresas. Com esta tela de Maria do Carmo da Hora não foi diferente, pois assim que a vi reconheci alguns ciganos que em algum momento já entrei em contato. Creio que é difícil para quem não tem certas habilidades mediúnicas acreditar em tal relato, no entanto, repasso essas miúdas informações por puro prazer em dividir meu contentamento com quem possa interessar.
Clique na imagem para ampliar!

Ao centro da tela encontra-se Kaku Marie (Feiticeira Marie) a quem chamo carinhosamente de “Vó Cigana”. Em suas retratações ela está sempre com seu cajado, que não somente serve de apoio como também é um dos instrumentos que usa em suas magias. Os animais, gatos e cachorros sempre a acompanham.

A menina ciganinha se chama Joana, e em outras pinturas aparece novamente ao lado da “Vó cigana”. Sinto a sintonia das duas: a voz da experiência aliada ao frescor do contínuo aprendizado.

À esquerda com o violão é o Cigano Igor, nunca o canalizei, mas sei quem ele é por sentir sua energia. Desconheço uma tela só dele.

Tocando sua inseparável flauta trata-se do meu querido Cigano Gonçalo. Este trabalha comigo, e em ocasião oportuna farei uma canalização só para postar no Vida Cigana e fazê-lo conhecer ao olhos de todos.

De lilás e com seu pandeiro na mão podemos ver claramente a Cigana Ametista. Já fiz um pequeno verso de chegada para ela, porém não tenho maiores intimidades. Quem sabe devo escrever o verso de subida? Só Deus, Santa Sara e os Ciganos de Luz poderão me guiar.

O belo Cigano com o violino é Wladimir, que tive a honra de conhecê-lo mais intimamente de uns tempos pra cá. Juntamente com outros ciganos que me acompanham, forma uma corrente de luz. Sua música é um belo bálsamo para alma.

A cigana de vermelho e a cigana que está sentada desenhando têm fortes vibrações, mas não quero arriscar um palpite sobre quem são por mera vaidade pessoal.
  • Valéria Fernandes
Vale lembrar mais uma vez que a tela é de Maria do Carmo da Hora (artista mediúnica que trabalha pintado entidades ciganas).

22/11/2009

Filha do Vento
Caminho pelo tempo, sou filha do vento,
A Estrada é minha morada,
Pelas estrelas eu me guio,
A relva é minha cama,
E sob a luz da lua eu descanso ao relento.
Nesta minha jornada, muitos amigos venho fazendo,
Pois falo de vida, de amor e de sentimento,
Para aqueles que de mim não gostem,
Peço ao Pai Maior que lhes de um alento,
Pois nesta vida nada lhes trará de bom,
A quem nutre tal sentimento.


Sou Cigana sim,
E com muito orgulho ostento,
A bandeira de meu povo,
Que por mais sofridos, por preconceitos somos,
Trazemos aos que se aproximam,
A alegria, o amor, o carisma e o orgulho em sermos
Filhos do Vento.
E aonde tiver uma cigana a caminhar,
Com certeza a alegria e o amor,
juntos vão estar.

19/11/2009

Prece ao Cigano Wladimir

Ó glorioso e poderoso Cigano Wladimir, neste instante,
é com o meu coração cheio da mais profunda fé,
que me dirijo ao teu luminoso espírito,
que tem poder e forças entre todas as entidades
ciganas que hoje,
como estrelas brilhando no infinito,
são entidades que por misericórdia nos assistem em
nossas aflições.
Em particular a ti, peço, querido Cigano Wladimir, que
me ampares, com teu coração bondoso,
jamais deixando que eu venha a cair
sob o impulso das provas desta vida;
protege meu corpo, livrando-o das doenças;
protege o meu coração,
não deixando nunca que nele se abrigue o ódio;
protege minha mente, para que ela seja sempre abrigo
de pensamentos positivos e de força;

protege minha família, protege meus caminhos,
livrando-me dos inimigos da Terra e do espaço.
Por todo bem que sei que fazes,
Por todos aqueles que depositam fé incondicional em ti,
é que peço à Santa Sara, a padroeira universal dos Ciganos,
Que encha teu espírito de luz, força e poder,
para que estejas sempre pronto a atender seus filhos,
aos teus seguidores...
E a Deus, nosso Pai maior, peço que tome nos braços
Este filho tão querido que és e, ao lado dele,
Jamais esqueça de nós,
Ó glorioso e bondoso Cigano Wladimir!


Amém.

15/11/2009

A visita da Cigana Gina

Um médium bastante conceituado daqui de Fortaleza veio fazer uma visita à minha “Tsara Cigana”, já que o mesmo também trabalha com os Filhos do Vento e se interessa em expandir e trocar conhecimentos sobre o Povo Sem Fronteiras. Não falo seu nome por não tê-lo avisado previamente sobre este pequeno relato, mas tenho certeza que ele vai gostar de ser lembrado neste espaço.

Em sua visita à minha tenda, enquanto eu dava-lhe um passe com a energia de meus ciganos, meu visitante incorporou uma de suas ciganas, fato que me deixou muito honrada. A incorporação se deu em frente ao altar no qual cultuo meus ciganos, no entanto, havia apenas sete deles firmados. Num banquinho ao lado tinha a imagem de uma cigana que ainda não tinha nome e nem energia, por isso não estava junto às outras estatuetas devidamente nomeadas e energizadas.
A incorporação foi rápida e logo a Cigana Gina se apresentou a mim. Disse-me que já havia falado comigo em outra ocasião, mas como nesse dia ela cantava um ponto para uma Cigana do Egito, eu não estava conseguindo reconhecê-la; realmente este fato aconteceu há duas semanas.
Cigana Gina
Gina conversou comigo docemente, deu sua benção, disse ter gostado de mim e do ambiente, isso em meio há alguns conselhos e previsões que me fez. Perguntei-lhe sobre sua cor de vela e gosto por adornos, ela disse para ofertá-la sempre luz amarela e especificou seu gosto por ornamentos dourados. A conversa estava ótima, mas não queria cansar meu visitante cravando a entidade de perguntas e já ia me despedir, foi quando a Cigana Gina ofereceu-me seu reflexo de luz. Ela me disse que a partir daquele dia eu podia chamá-la e que estaria comigo também; quase não acreditei receber tão ilustre visita, que dirá a doce oferta de carinho e proteção. Imediatamente entreguei a ela imagem da cigana que estava no banquinho ao lado e Gina pessoalmente firmou sua presença em meu altar e em meu coração.
Foi muito gratificante recebê-los em minha casa, e mais gratificante ainda puder contar com a luz de mais uma radiante cigana. Registro meu muito obrigada não só a Cigana Gina, mas a meu visitante portador de tanta atenção e doçura.

Salve os Ciganos de Luz!
  • Valéria Fernandes

    Pintura Cigana de Maria do Carmo da Hora

13/11/2009

Cigana Esmeralda
Cigana Esmeralda
Cigana bonitada de pele morena
com seu cabelo comprido e sua boca vermelha
envolve com sua dança e fascina com sua voz
Sentada à beira da fogueira
com uma taça de vinho na mão
A cigana descansa para logo dançar

Linda e faceira, rodopia sua saia
balançando seu lenço e balançando seu xale
Com muita sabedoria, ela lê sua mão
Com sinceridade diz a verdade
Bela cigana dos olhos de esmeralda
Lê sua sorte por amor e com amor
Enche de vida seu caminho
Pode abrir ou fechar
As portas do destino
Sua estrada é trilhada com fé,
sabedoria
Amor e muita alegria
Cigana Esmeralda
Um ponto de luz no caminho!
  • Tela de Leila Ullmann

Desconheço a autoria do poema

10/11/2009

Informações

Fiquei encantada por esta boneca cigana, mas não sei que a vestiu nem qual é sua matéria prima, no entanto, acredito que outras tão belas devam existir. Quem tiver informações sobre confecção de bonecos ciganos, por favor, entre em contato comigo. Sendo aqui em Fortaleza, faço questão de ir à loja ou oficina para conhecer de perto trabalhos deste nível.

(85) 3212-4873 e 8722-2455

09/11/2009

Beija Flor Cigano

Caminhando pelas rodas da vida,
vou descortinando novos horizontes
conhecendo lugares, uma nova lida,
não tenho paradeiro, sou viajante...
Viajante, andarilho, caminheiro,
sou beija flor, nutrindo-me na seiva do amor,
sentimento nobre que o Criador criou e espalhou na terra,
tendo como símbolo;a meiguice e ternura de uma flor...

Minha alma voa nas asas do amor e da liberdade,
adapto-me a qualquer localidade e lugar,
armo minha tenda com criatividade,
aguardando a noite festeira chegar...
A noite chega com as estrelas,
num sagrado luar, é hora da festa começar,
os sons das cordas do violão,
os ritmos sonoros dos pandeiros,
faz-me bailar numa bela canção que brota do meu coração.
Coração de um bailarino beija flor cigano,
que voa semeando alegria e amor em novas terras e novos horizontes,
além do oceano, além mar, com bravura e esplendor.

Poema de Elias Akhenaton
Tela de Cezarina

05/11/2009

Oração à Santa Sara Kali

A cigana tem o mistério, pois, do futuro, tudo entende. Na Lua cheia tem sua magia; em seus cristais está sua energia; seu incenso é sabedoria; sua dança é alegria; com suas fitas coloridas tem fama de andarilha. O fogo revela o futuro, o poder, a força da natureza. Santa Sara é sua padroeira.

Santa Sara, pelas forças das águas, Santa Sara, com seus mistérios, possa estar sempre ao meu lado, pela força da natureza.

Nós, filhos dos ventos, das estrelas e da Lua cheia, pedimos à senhora que esteja sempre ao nosso lado; pela figa, pela estrela de cinco pontas; pelos cristais que hão de brilhar sempre em nossas vidas. E que os inimigos nunca nos enxerguem, como a noite escura, sem estrelas e sem luar. A Tsara é o descanso do dia-a-dia, a Tsara é a nossa tenda. Santa Sara, me abençoe; Santa Sara, me acompanhe. Santa Sara, ilumine minha Tsara, para que todos que batam à minha porta eu tenha sempre uma palavra de amor e de carinho. Santa Sara, que eu nunca seja uma pessoa orgulhosa, que eu sempre seja uma pessoa humilde.

Amém!

Do livro Mistérios do Povo Cigano – De Ana da Cigana Natasha e Edileuza da Cigana Nazira.

03/11/2009

Princesa Cigana

Vale a pena apreciar a cigana negra que Maria do Carmo da Hora retratou. Seu nome é Soraia, e, segundo a pintora, trata-se de uma Princesa Cigana. Como podemos observar, além de sua estonteante beleza, ela tem porte altivo e indícios de ser uma líder inata.

Dentro dos clãs ciganos não existe a hierarquia de realeza, no entanto, somente a artista mediúnica poderia fornecer detalhes sobre este título. Como não canalizei Soraia e nem sei se o farei, deixo em aberto a possibilidade de escrever a respeito de seus gostos e de sua magias em uma outra ocasião.
  • Valéria Fernandes