A história da Cigana Florisbela
No dia 22 de julho de 1887 os ciganos Nicolas e Sulamita se uniram em matrimônio. Dez meses após o casamento nasceu a primeira filha do casal que recebeu o nome de Dandara. Nicolas que já era pai da Florisbela - fruto de seu primeiro casamento - desejava muito uma criança do sexo masculino para coroar seus laços com Sulamita, não demorou muito nasceu Diogo, formando uma nova família que Nicolas tanto sonhara.

Movida pela curiosidade de saber sobre seu pai, a Cigana Florisbela dedicou seus dias a tentar bisbilhotar Nicolas por meio de seu sagrado instrumento de predição, no entanto, nada conseguiu. Certa noite, quando já tinha 16 anos, sentiu um vento forte invadir a sua tenda e foi sacudida por um calafrio que percorrera todo o seu corpo; imediatamente pegou a bola de cristal e sem demora, a visão que tanto almeja lhe pregou uma peça; era seu pai, porém pálido e abatido, deitado sobre almofadas coloridas. Florisbela caiu em prantos e ali mesmo presenciou a morte física de seu genitor. Florinda ao ver a agonia da filha, a socorreu de imediato acalentado o triste coração de sua menina.
Passado o impacto da “viagem” de Nicolas, a Cigana Florisbela prometeu a mãe que a partir daquela data não fugiria mais das tradições, que dirá do seu bem traçado destino. Aos poucos, a bela cigana foi fazendo fama pelas redondezas e se tornou uma das melhores cartomantes e clarividentes de seu clã, assistida pelo iluminado espírito de seu pai.
- Valéria Fernandes