Baralhos usados pelos ciganos
Os ciganos não têm um baralho próprio ou desenvolvido por eles como tornou-se crença popular; ao contrario do que se pensa, não existem registros históricos que confirmem tal domínio de criação. Ao longo dos tempos o povo cigano, principalmente as mulheres ciganas, desenvolvem seus dons na cartomancia usando o “Baralho Comum” de 52 cartas e o Tarô que dispõe de 78 arcanos por um largo período. Os múltiplos oráculos com denominação de Cartas Ciganas, Tarô Cigano ou simplesmente Baralho Cigano (que a maioria forma seu conjunto com 36 cartas), surgiram como derivação da iniciativa de uma famosa e culta cartomante francesa não-cigana conhecida como Madame Lenormand. A mesma publicou no ano de 1828 seu primeiro baralho com 52 lâminas e algumas décadas mais tarde o reduziu para 36, ficando conhecido mundialmente por Petit Lenormand, devido principalmente à sua abreviação de 16 cartas.

A exemplo do que é disponível no mercado brasileiro hoje, além dos citados com diferentes assinaturas, tem-se o Baralho da Vovó Cigana que contém 48 cartas, cuja autora tem origem cigana, bem como o Lilá Romai - Cartas Ciganas, que possui 37 peças idealizadas pela cigana Mirian Stanescon; variantes que confirmam a diversidade de criações conforme a vontade de seus autores e independente de suas etnias.
Com as suas naturais habilidades e o magnífico aprendizado desta arte oracular passada de geração em geração, creio os ciganos pouco estão interessados em tomar para si a procedência de qualquer baralho, pois a própria vida nômade não requer certos alimentos para o ego como é comum para os não-ciganos.
Com as suas naturais habilidades e o magnífico aprendizado desta arte oracular passada de geração em geração, creio os ciganos pouco estão interessados em tomar para si a procedência de qualquer baralho, pois a própria vida nômade não requer certos alimentos para o ego como é comum para os não-ciganos.
- Valéria Fernandes
Pintura Cigana de Robert P. Kilbert